
Eita, Fernandinho. Dessa vez você deu um sustão na gente. Deixou sua mãe apavorada e, pelo que ela falou, chorou mais do que você. Aconteceu assim, anteontem à noite: você estava em seu carrinho andando pela sala quando, numa manobra brusca, perdeu o controle. Aí foi carrinho pra trás, você para frente. Foi carrinho tombado no chão e seu nariz amassado na estante. E choro imediato. E medo de que algo tivesse quebrado. E corre-corre geral. Aí fiquei sabendo que na hora você estava com um copo de suco na mão, o que atrapalhou sua pilotagem. Aprenda, meu garoto, uma lição que nós adultos estamos sempre ouvindo: se beber, não dirija. Mas tudo bem, foi mesmo apenas um grande susto, que deixou você com um narigão inchado, como o de um boxeador, como um autêntico Rocky Balboa. E, assim como o Rocky, que você vai conhecer vendo o filme um dia, você já se levantou e está pronto para encarar o que vier pela frente. E não se preocupe. Vovô estar sempre aqui no corner, pronto para ensinar a você a se defender dos golpes que a vida dá na gente. Deixo hoje uma músicas das antigas, mas que deixou uma expressão que será usada para sempre por todos nós: “Volta por cima”, de Paulo Vanzolini.
Chorei
Não procurei entender
Todos viram, fingiram
Pena de mim não precisava
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava
Um homem de moral
Não fica no chão
Nem quer que mulher
Lhe venha dar a mão
Reconhece a queda
E não desanima
Levanta, sacode a poeira
E dá a volta por cima
Reconhece a queda
E não desanima
Levanta, sacode a poeira
E dá a volta por cima