quinta-feira, 23 de abril de 2009

Vovô Salvar Jorge


Boa tarde, minha criança. Hoje você tá dando um trabalhão pra sua mãe. Ela tá super-enjoada, coisa normal para mamães-de-primeira-viagem. Como hoje é dia de São Jorge, o santo guerreiro, sei que ela vai enfrentar isso com muita coragem e alguns “Dramins”, um santo remédio para essas horas. Enquanto isso, ouça “Jorge da Capadócia”, música de Jorge Ben Jor. E que Deus e todos os santos te abençoem todo santo dia, minha criança.

Jorge sentou praça na cavalaria
E eu estou feliz porque eu também sou da sua companhia
Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Para que meus inimigos tenham pés, não me alcancem
Para que meus inimigos tenham mãos, não me peguem, não me toquem
Para que meus inimigos tenham olhos e não me vejam
E nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal

Armas de fogo, meu corpo não alcançará
Facas, lanças se quebrem, sem o meu corpo tocar
Cordas, correntes se arrebentem, sem o meu corpo amarrar
Pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge

Jorge é de Capadócia, viva Jorge!
Jorge é de Capadócia, salve Jorge!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Vovô te mostrar.



Bom dia, minha criança. Esta que você está vendo é você, na sua primeira fotografia. Olha o que diz a primeira ultra-sonografia que a Marcinha fez: “Observa-se a presença de polo embrionário, com batimentos cardíacos presentes e rítmicos com comprimento cabeça-nádega de 14mm”. Então, minha pequeníssima criança. É o seu coração batendo e fazendo o de todos nós bater ainda mais forte. Como na música “Carinhoso”, de mestre Pixinguinha, que há de embalar seu sono e seus sonhos.

Meu coração não sei por quê
Bate feliz Quando te vê...
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo...
Mas mesmo assim, foges de mim...

Ah se tu soubesses como eu sou
Tão carinhoso e muito, muito
Que te quero... E como é sincero
Meu amor... Eu sei que tu não
Fugirias... Mais de mim...
Vem... Vem... Vem... Veeeem...
Vem sentir o calor dos lábios
Meus a procura dos teus...
Vem matar essa paixão...
Que me devora o coração...
Só assim então serei feliz...
Bem... Feliz..

terça-feira, 14 de abril de 2009

Vovô te situar


Boa tarde, minha criança. Como já deve saber, você nasceu numa família classe média, num país classe média também. E numa época em que a crise andou pegando os países ricos de jeito e nós sem jeito nenhum. Tanto que nosso presidente, um cara chamado Lula - também chamado pelo presidente Obama do país mais poderoso do mundo de “o cara” -, desfechou uma frase de tanto efeito quanto defeito: “a crise foi criada por brancos de olhos azuis”. Mas fique tranquila, minha criança. Você dificilmente terá olhos azuis e jamais mereceria nem essa, nem culpa nenhuma. Como eu dizia, você nasceu numa família tipicamente brasileira. Eu sou seu avô materno e sua avó materna chama-se Mônica. Nós dois já não estamos mais juntos mas, tenho certeza de que posso falar por ela também, sempre estaremos juntos de você. Assim como a Márcia, sua mãe, tivemos também a Daniela (na foto comigo no casamento dos seus pais). A sua tia Dani é uma atriz de talento que vai emocionar você nos palcos como você a emocionou desde que estreou a barriga da sua mãe. Seus avós paternos são o Januário e a Vilma, duas pessoas boníssimas que vão tratar de você do mesmo jeito que eu, sua avó Mônica e sua tia Daniela: com o maior amor do mundo. Do lado do Fernando, seu pai, você também tem os tios Ângelo e Ana Luisa, que pelo que disse seu pai estão até agora sorrindo à toa lá pelos lados de Arujá. Falando nisso, sua família é interestadual: tem gente em São Paulo, Pará, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e sabe-se lá mais onde. É uma família enorme, minha criança, assim como será enorme o amor de todos por você. Bom, deixo a música “Família” dos Titãs, um grupo de músicos fantásticos e lunáticos, que você há de virar fã.

Família! Família!
Papai, mamãe, titia
Família! Família!
Almoça junto todo dia
Nunca perde essa mania...

Mas quando a filha
Quer fugir de casa
Precisa descolar um ganha-pão
Filha de família se não casa
Papai, mamãe
Não dão nem um tustão...

Família êh! Família ah!
Família! oh! êh! êh! êh!
Família êh! Família ah!
Família!...

Família! Família!
Vovô, vovó, sobrinha
Família! Família!
Janta junto todo dia
Nunca perde essa mania...

Mas quando o nenê
Fica doente
Uô! Uô!
Procura uma farmácia de plantão
O choro do nenê é estridente
Uô! Uô!
Assim não dá prá ver televisão...

Família êh! Família ah!
Família! oh! êh! êh! êh!
Família êh! Família ah!
Família! hiá! hiá! hiá!...

Família! Família!
Cachorro, gato, galinha
Família! Família!
Vive junto todo dia
Nunca perde essa mania...

A mãe morre de medo de barata
Uô! Uô!
O pai vive com medo de ladrão
Jogaram inseticida pela casa
Uô! Uô!
Botaram cadeado no portão...

Família êh! Família ah!
Família!
Família êh! Familia ah!
Família! oh! êh! êh! êh!
Família êh! Família ah!
Família! hiá! hiá! hiá!...

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Vovô te contar

Bom dia, minha criança. Vou chamar você assim, até saber se você é meu neto ou minha neta, tá bom?. Ontem sua mãe (que loucura, até anteontem a Marcinha era apenas minha filha, rs) me deu a notícia da sua vinda. E eu continuo meio bobo, meio atordoado até agora. Bom, decidi escrever este blog para que você leia quando estiver grandinha, minha criança. E saiba algumas coisas que este velho/novo vovô tem a dizer para o mais novo amor da minha vida. Escolhi o nome Vovô de Blog porque aqui vovô contar histórias, vovô dizer quem é sua família, vovô ser seu parceiro, vovô ensinar o que eu puder, vovô fazer de tudo para proteger você, vovô ser seu grande amigo. Então, minha criança, seja muito bem-vinda. E até logo mais, que eu vovô chorar de alegria mais um pouquinho cantarolando "Wave" de Tom Jobim, um cara eu vovô fazer você também adorar.


"Vou te contar
Os olhos já não podem ver
Coisas que só o coração pode entender
Fundamental é mesmo o amor
É impossível ser feliz sozinho...

O resto é mar
É tudo que não sei contar
São coisas lindas que eu tenho pra te dar
Vem de mansinho à brisa e me diz
É impossível ser feliz sozinho...

Da primeira vez era a cidade
Da segunda o cais e a eternidade...

Agora eu já sei
Da onda que se ergueu no mar
E das estrelas que esquecemos de contar
O amor se deixa surpreender
Enquanto a noite vem nos envolver...

Vou te contar... "